Município criado com a denominação de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas do Fanado, em 1728, também explorado por bandeirantes paulistas, ganhou o nome definitivo de Minas Novas, em 9 de março de 1840. A descoberta de ouro girou em torno dos afluentes do Rio Fanado, iniciando rapidamente um núcleo populacional, tendo como base uma capelinha erguida em homenagem a São Pedro1.
A devoção sempre foi uma vocação da comunidade, desde o início de sua história. Com a exploração do ouro, a vinda dos escravos africanos trouxe um novo modo de vida e fé para a região: a devoção a Nossa Senhora do Rosário e o conhecimento da mineração que já praticavam em suas terras. Esse conhecimento mudou o patamar na exploração de ouro, inclusive valorizando os escravos detentores dessa sabedoria.
Também a consolidação de uma irmandade, como aconteceu com a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, foi preponderante para a rápida ascensão do município, passando de arraial para vila, primeiro de Bom Sucesso, e depois a denominação de Minas Novas. É que a lei imperial vigente determinava que, sem uma confraria não tinha como criar uma vila, já que se vivia no período do padroado. “A igreja era o estado e o estado era a igreja”, como bem lembrou José Henrique Mota Barbosa, atual provedor da Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos, de Minas Novas.
Além de uma infinidade de manifestações culturais típicas da cidade, como o congado e a Folia de Reis, também a culinária e o artesanato são abundantes, tanto na cidade como nas comunidades quilombolas do entorno. Especialmente em duas localidades históricas do município, encontram-se grande parte dessa produção. Um é o mercado municipal, que, principalmente aos sábados, abriga produtores de toda região com especiarias diversas de hortaliças, doces e cachaças, muito representativas da cidade. A outra é o Sobradão, prédio construído no século XVIII, com características da arquitetura colonial, onde abriga a Associação dos Artesãos de Minas Novas, com peças de cerâmica e argila.
Estima-se que em Minas Novas existam cerca de 156 pequenas comunidades rurais, que trabalham a semana inteira preparando os produtos para vender no mercado municipal no sábado. Eles colhem a mandioca, descascando, ralando e torrando, para fazer a farinha; produzem os doces, preparam o urucum, para, na madrugada do próprio sábado, os produtos estarem frescos para a venda e consumo.
Especiaria fundamental na região é a farinha de milho. O processo de preparo é curioso e rudimentar. Começa no cultivo, passa por debulhar o produto com as próprias mãos e, na hora de lavar, como a maioria dos produtores moram em regiões ribeirinhas, enchem sacos de algodão com o milho e colocam na correnteza do rio, amarrados numa árvore. É deixado no rio por alguns dias, e a água vai lavando a apurando esse milho, levando embora as impurezas. Depois de lavado com a peneira, colocam para secar e moem bastante, para depois colocá-los em fornos de barro.
O artesanato local tem bastante representatividade, como as famosas bonecas de cerâmica, com muitas mestras artesãs já famosas, e a tradição perpetuada por gerações. Mas também chama a atenção a arte de luteria de Mestre Antônio de Bastião, especialista em tambores e caixas. Em 2001, ele foi reconhecido como mestre artesão pela Fundação Artística de Ouro Preto, por mérito e técnica de passar tantos anos ensinando pelo método da oralidade. Para deixar registrado, Mestre Antônio sempre menciona a figura de seu avô, Artur Barreiro, com quem aprendeu o ofício e herdou as ferramentas para o trabalho de fazedor de tambores.
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ÁGUA, TRABALHO, INFRAESTRUTURA
MODOS DE FAZER E COSTUMES
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HISTÓRIA
MODOS DE FAZER E COSTUMES
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HISTÓRIA
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