CHAPADA DO NORTE

Com cerca de 15 mil habitantes, Chapada do Norte foi habitada inicialmente por bandeirantes paulistas, comandadas por Sebastião Leme do Prado, assim como o município de Berilo. A exploração do ouro acontecia às margens do rio Capivari, por volta de 1728. O povoado recebeu o nome inicial de Santa Cruz de Chapada e era subordinado à capitania da Bahia. Desde os primórdios, as terras foram bastante ocupadas pela população negra fugida de maus tratos, constituindo grande quantidade de comunidades quilombolas dentro e fora do município1.

 

Dentre as manifestações culturais de maior destaque na cidade está a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Mantidas as suas características intactas por 192 anos, a celebração rendeu ao município honra imensurável: o registro da festa como Patrimônio Imaterial e Cultural do Estado de Minas Gerais, concedido pelo IEPHA, em maio de 2013. Ganha ainda mais relevância quando lembramos que o Estado possui 853 municípios, quase todos eles com suas festas e celebrações, sendo Chapada do Norte o único a receber tal honraria.

 

A culinária e o artesanato nas comunidades quilombolas de Chapada do Norte continuam preservadas na memória e nas mãos de seus habitantes. Desde o tempo em que o pilão era peça obrigatória nas casas, a feitura do angu e do milho apresentam características mais saborosas e nutritivas. Assim como o arroz pilado, que era usado para fazer galinha caipira, especiaria mais difícil de encontrar, pelo menos nos moldes mais tradicionais.

 

“Socávamos milho no pilão para fazer bolo, que a gente tratava como ‘bolo no cabo de machado’. Era bolo feito de farinha de mandioca e fubá do milho socado, juntava com outros ingredientes e enrolava na folha de bananeira, colocava para assar e ficava muito gostoso”, nos conta a rainha do congado de Chapada do Norte, Geni Carvalho Soares, da comunidade de Água Suja.

 

Outro prato típico da região é a canjiquinha, iguaria feita de milho triturado, cozido com carne de porco e outros temperos, deixando aí o toque particular de cada região ou pessoa. Embora essa estrutura seja a mais tradicional, também é feita com carne bovina, frango ou linguiça. Como seu preparo oferece essa flexibilidade, percebe-se a variedade de sua elaboração. “Quando faço canjiquinha, coloco osso de boi ou de porco dentro”, ensina Maria Aparecida Machado Silva, da comunidade Córrego do Rocha.

 

No artesanato local encontram-se peças feitas de palha de banana, palha de milho, peças de barro, como panelas, potes e botijas. Era muito comum antigamente as pessoas trabalharem durante o dia na lavoura, e, durante a noite, manusearem a palha de milho para tecer tamboretes, sacolas e porta- joias que ainda são encontrados no município ou mesmo em comunidades quilombolas no interior, como Gravatá.

 

“Eu sei tecer esteira de palha de banana. Hoje a gente dorme tranquilo em bons colchões, mas fui criada dormindo em cama de taquara, esteira de palha de banana e coberta de algodão”, relata Geni.

 

O artesanato aprendido com pais e avôs, às vezes, fica comprometido por falta de matéria-prima, ou mesmo por falta de interesse das novas gerações, como lembra Maria Joana Ferreira Soares, da comunidade de Moça Santa. “Saber as pessoas sabem fazer um cesto de palha de milho, de palha de banana ou uma panela de barro. Mas, se não tiver chuva, não tem o milho, não tem a palha de bananeira. Além do mais, a juventude aqui não se interessa por aprender essas coisas.”

 

1 Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?codmun=311610

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