BERILO

Com quase 300 anos de história, o município de Berilo surgiu como vários povoados daquela época: da exploração de ouro na região. No início do século XVIII, bandeirantes paulistas, liderados por Sebastião Leme do Prado, procuravam o metal precioso no interior mineiro. Encontrando grande quantidade na confluência do Rio Araçuaí com o Córrego da Água Suja, o bandeirante iniciou ali um primeiro núcleo populacional, em 1727.

 

Dois anos depois, motivados pela notícia de ouro na região, onde já se abrigavam cerca de mil moradores, foi fundado um primeiro vilarejo denominado Distrito de Nossa Senhora da Conceição de Água Suja. Embora nascido da mineração, logo se expandiu outras duas culturas de subsistência, a agricultura e a pecuária. Em 1887 o distrito passou a se chamar Água Limpa, e pertencia ao município de Minas Novas. Só em 1923 o nome foi trocado por Berilo, pedra preciosa encontrada em abundância na região, e emancipado como município apenas em março de 1963.

 

Hoje, com cerca de 14 mil habitantes, Berilo integra a microrregião de Capelinha e faz divisa com os municípios de Virgem da Lapa, Francisco Badaró, Chapada do Norte, José Gonçalves de Minas, Cristália e Grão Mogol1. É considerado o município com maior número de comunidades quilombolas de Minas Gerais.

 

Em Berilo, duas edificações do século XVIII chamam bastante atenção, além de significava identidade para a cidade: a igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, datada de 1729; e o Casarão Domingos de Abreu Vieira, da segunda metade do mesmo século. Estima-se, inclusive, que a igreja seja uma das primeiras edificações de todo o Vale do Jequitinhonha. Tão antiga e importante para a região que foi reconhecida e tombada pelo IPHAN, em 1974, embora infelizmente esteja praticamente abandonada nos dias de hoje, com apenas uma pessoa cuidando de limpar e preservar o pouco que ainda resta em seu interior.

 

Já o Casarão Domingos de Abreu Vieira, ilustre mineiro que fez parte do grupo de inconfidentes, inclusive sendo compadre de Tiradentes, foi reconhecido pelo IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), que acredita que o casarão é da segunda metade do século XVIII. Fundamenta-se que o casarão serviu de sede para reuniões dos inconfidentes, com a presença do próprio Tiradentes, entre os anos de 1768 ou 1769, segundo um documento intitulado Alta da Devassa.

 

Diferentemente da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e por meio do tombamento do IEPHA, o casarão, que já estava bem danificado, passou por um restauro bastante importante em 2010. De qualquer forma, bem difícil é a manutenção e mobilização de uso do local, já que o IEPHA restaurou, mas acredita que essas funções ficam a cargo do município. Por isso, é só pelo esforço de voluntários, que estimulam culturalmente a edificação, que se faz presente o modo de vida e cultura quilombola ali.

 

Sendo assim, o Casarão abriga a sede do congado local, recebe batuqueiros quilombolas, a Folia de Reis, além de oficinas e outras manifestações. A população local entende que o espaço deve ser ocupado pela comunidade da região, como polo propagador da cultura quilombola. É fato que muitos turistas que passam pela cidade dificilmente se deslocam até as comunidades quilombolas, mas, certamente, visitam o casarão, tendo ali a oportunidade de entrar em contato com a rica e centenária cultura que identifica tão bem toda região.

 

Ainda hoje a cultura continua bem viva em Berilo. São inúmeras as manifestações musicais e dança apresentadas durante festas que acontecem durante todo o ano. Para citar algumas, costumam estar presentes danças e manifestações musicais como O Nove, Roda, Lava Saia, O Velho, Beira Mar, Caboclo e Surubim, entre outras, além de festas significativas e importantes da cultura quilombola, como a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que sempre acontece durante o mês de outubro.

 

Um resgate mais recente e muito importante na história do município é a festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição, que agora acontece sempre no dia 8 de dezembro. São nove dias de terços e orações que culminam com uma procissão da bandeira que sai da casa do mordomo, chega na igreja para a celebração da Santa Missa para, então, hastearem a bandeira. No dia seguinte há a alvorada às 5h e, às 9h, saem em procissão com a imagem de Nossa Senhora Conceição, celebram missa e, em seguida, concluem com a coroação e festa, com batuqueiros, congada e refeições.

 

1 http://www.minasgeraismg.net/cidades/berilo

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